Sunday, May 14, 2006

Steel Warriors Rebellion

Completando quase uma década de existência, o Steel Warriors Rebellion, Barroselas Metal Fest, impôs-se já, quer a nível nacional, quer a nível internacional, como um dos maiores e melhores festivais dedicados aos subgéneros do Hard’n’Heavy, quer pela quantidade de bandas participantes, quer, e acima de tudo, pela qualidade dos nomes que passam pelos seus palcos. Tendo decorrido, a mais recente edição, nos dias 28, 29 e 30 de Abril, fomos saber um pouco mais acerca deste importante evento.

S. M.: Como surgiu a ideia de organizar este festival?
SWR: Antes disto, já organizávamos concertos. Depois, as coisas cresceram à volta de uma banda, os Golden Pyre, da qual éramos elementos. Mais tarde, ainda sem projecto definido e a título individual, começamos a organizar concertos com mais frequência, até que, por fim, nos decidimos por um mini-festival, em que tocaram três bandas portuguesas e uma espanhola. O festival repetiu-se e, a partir do terceiro ano, criamos uma associação para a realização de eventos. Paralelamente, também tínhamos um fanzine, o que nos permitiu dinamizar os eventos e arranjar contactos.
S. M.: Quais os momentos mais altos e os mais baixos, até agora?
SWR: Os momentos mais baixos foram o cancelamento do concerto dos Mayhem, por parte da banda, e a invasão do cemitério de Barroselas, que as pessoas ligaram ao festival.
O mais alto verificou-se em 2005, uma vez que garantimos as condições que queríamos para o festival, reunimos um óptimo cartaz e mesmo a nível das comodidades do parque de campismo tivemos boas condições. Em suma, correu tudo bem.
S. M.: Como tem sido a reacção por parte das bandas e do público?
SWR: A nível das bandas, tem havido uma boa opinião acerca do festival, pois sendo uma organização familiar, mas ao mesmo tempo profissional, temos um contacto mais directo com elas, ao mesmo tempo que lhes garantimos todas as condições que elas requerem.
Quanto ao público, no início sentimo-nos um pouco desiludidos, mas agora as pessoas já vão pelo festival em si, não só pelo cartaz que apresentemos.
S. M.: Qual a projecção que já têm?
SWR: Modéstia à parte, somos o melhor festival a nível nacional! Já começamos, também, a ser uma referência internacional, mas continuamos a sentir o facto de estarmos na periferia da Europa, facto que limita a dimensão do evento. Para tentar ultrapassar isto, vamos apostar em Espanha como público-alvo, promovendo viagens de baixo custo.
S. M.: O facto de não se realizar em Lisboa ou Porto tem mais de positivo ou de negativo?
SWR: Tem mais de positivo que de negativo, quanto mais não seja porque marca a nossa terra como “Meca” das sonoridades extremas e coloca Barroselas no mapa. De negativo há apenas a dificuldade em nos afirmarmos.
S. M.: Que apoios têm tido?
SWR: Os apoios têm sido ínfimos, para aquilo que necessitamos. O associativismo é pouco apoiado em Portugal, especialmente se ligado a sonoridades mais radicais.
S. M.: Já pensaram em gravar o festival para o editar?
SWR: Há, de facto, material gravado mas, devido à Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) e à sua política asfixiante, é impossível fazê-lo, uma vez que é preciso pagar licenças exorbitantes.
S. M.: A que outras actividades se dedica, então, a vossa associação?
SWR: Basicamente, fomos evoluindo. Em 1994, iniciamos as actividades com o fanzine “Metalurgia”. Isto proporcionou a que surgisse uma distribuidora homónima, que ainda hoje existe. Depois, fomos organizando alguns concertos pontuais, associados à “Metalurgia”. Em 1997, surge a nossa banda, os “Golden Pyre”, e, pouco depois, iniciamos o festival. Já em 1999, damos início à associação, o Núcleo de Apoio às Artes Musicais (NAAM), onde apoiamos vários estilos musicais no âmbito do Rock. Dentro do NAAM, mantêm-se os “Golden Pyre”, a distribuidora, a organização de eventos, quer musicais quer de outro tipo (exposições, cinema, etc.), e a restauração do espaço onde se realizam esses eventos, o Alambik Club. Além disso, e em colaboração com a junta de freguesia, organizamos a animação cultural de verão, também ela incluindo eventos diversificados. Realizamos, também, uma série de concertos, chamada “Warm Ups”, que não é propriamente um concurso mas sim uma forma de apresentar e apreciar bandas que ainda não gravaram.
S. M.: Quais, então, os vossos próximos passos?
SWR: Primeiro que tudo, consolidar o festival. Vamos tentar torná-lo gratuito e acessível a todas as pessoas. Paralelamente, vamos tentar desenvolver as outras actividades de uma forma mais contínua e dinâmica.

O festival promete voltar para o ano. Entretanto, os interessados em obter informações, podem contactá-los através dos seguintes endereços:
http://www.swr-fest.com/
barroselas_metalfest@hotmail.com

Tuesday, May 09, 2006

The SymphOnyx

Tendo em mão a recente edição de um CD-single (que inclui um vídeo) e um longa-duração, ambos a cargo da Ethereal, aproveitamos o pretexto para entrevistar os The SymphOnyx.

S. M.: Antes de mais, descrevam-me estes anos de carreira…
S.: Portugal continua a ser muito pequenino e as pessoas não acreditam nas bandas portuguesas.
S. M.: Então, o que é que vos manteve ao longo destes anos?
S.: A persistência naquilo em que acreditamos. Já desde os inícios, em 1997, e com a gravação do “Psico-Fantasia”, que acreditamos no que fazemos. Acreditamos tanto que, a meio das sessões, decidimos gravá-lo em formato CD em vez de só em maqueta. Isto foi arrojado da nossa parte, uma vez que a cassete era o formato usual e o uso do CD como forma de apresentação era um formato praticamente novo. A crença no nosso projecto foi, portanto, ao ponto de sermos pioneiros numa fronteira que nenhuma banda local se arriscava a desbravar.
S. M.: Como é que conseguem conciliar a vida profissional, a familiar e a musical?
S.: É muito complicado, mas há regras e há que ter espaço para tudo. Todos temos empregos, pois há que pagar as contas no fim do mês e ganhar para viver. Também já todos somos casados, alguns com filhos, e isso é muito importante. Portanto, há que conciliar o que mais se gosta, dentro disso, de forma a que o impacto dos ensaios e concertos provoque o menos danos possíveis na vida profissional e pessoal. Paralelamente, são as nossas esposas quem mais nos apoia a nível de carreira musical.
S. M.: Quais as principais mudanças sonoras e composicionais ao longo do tempo?
S.: É difícil responder a isso… Foram todas devidas à evolução que sofremos, quer como pessoas, quer como banda.
S. M.: Qual a importância do trabalho gráfico nos vosso trabalhos?
S.: Em todos as edições é tão importante como o disco em si, não se devendo ao acaso. Tem que, necessariamente, transmitir o estado de espírito da música.
S. M.: A comunicação com o público é importante? Porquê?
S.: Nós queremos que, num espectáculo, as pessoas desfrutem o máximo possível, que façam parte do momento.
S. M.: Como é que surgiu o contacto com a Ethereal, após duas edições a expensas próprias?
S.: Antes deste contacto, houve outras editoras que nos contactaram. Dentro das propostas que nos foram apresentadas, pareceu-nos que a Ethereal, como tinha poucas bandas no seu catálogo, poderia dedicar-se mais ao nosso trabalho.
S. M.: Porquê o hiato entre os lançamentos e o que é que sucedeu entretanto?
S.: Realizaram-se concertos e trabalhamos na elaboração de um primeiro longa-duração. O disco já está pronto desde 2004, mas só agora é que pode ser lançado.
S. M.: A música que costumam ouvir corresponde àquela que compõem?
S.: Cada um tem os seus gostos e transmite-os nos ensaios.
S. M.: O “Sophia”, que era quase um vosso ex-libris, foi abandonado dos espectáculos ao vivo. Porquê?
S.: Isso correspondeu a uma opção, pois fechou-se um ciclo que ela representava.
S. M.: Em termos de duração, vocês são a banda com maior longevidade (e com mais trabalhos editados) no concelho de Guimarães. Isso significa algo para vocês? Cria-vos alguma responsabilidade ou nem sequer se apercebem disso?
S.: Nunca tínhamos pensado em tal. O facto de acreditarmos na música que fazemos é que é relevante. Não assumimos, para já, a responsabilidade da nossa longevidade nem de edição de trabalhos, mas não podemos negar que temos orgulho nisso.
S. M.: Se, anteriormente, tinham já dois registos editados (o já referido “Psico-Fantasia”, de 1997, e o “Utopia”, de 2000), porquê intitular o álbum de “Opus I”?
S.: Porque, como já referimos, fechamos um ciclo e estamos a abrir um novo, do qual este trabalho é a primeira obra.
S. M.: O que é têm agendado para breve?
S.: Temos alguns contactos feitos mas que, para já, ainda não estão confirmados. Por tal, preferimos não falar disso ainda.

Tanto o CD-single (“Winterfall”) como o álbum (“Opus I: Limbu”) já se encontram no mercado. Os interessados em os adquirir podem tentar através de:
http://www.etherealsoundworks.com/


The SymphOnyx - Winterfall (CD-s, 3 trk. + vídeo, 13m), 2005 Ethereal (8/10)
The SymphOnyx - Opus I: Limbu (CD, 10 trk., 52m), 2005 Ethereal (8/10)

A sonoridade deste novo trabalho, onde as matrizes sonoras e composicionais classicistas se mesclam profundamente com uma componente de Hard Rock épico, de Rock Progressivo e de Neo-Clássico, vaga por entre paisagens que não andam longe do Gótico e mesmo do Gothic ou Black Metal. Para este efeito em muito contribui a presença marcante de uma voz feminina, a título mais permanente, que vem trazer um carácter mais etéreo às composições.
Adensando a atmosfera vivida ao longo de todo o disco, as líricas, cuidadas e sentidas, vagueiam por entre meandros poéticos evocantes de um romantismo por vezes lúgubre, mas pontilhado por refrões fortes e apelativos que se entranham na pele e na alma.
Apresentam-se, pois, com uma sonoridade mais vincada que nos anteriores registos, mercê, também, de um trabalho de produção mais cuidado e adequado, que, verdade seja dita, já há muito mereciam.
Quanto ao CD-single, há apenas a salientar que, de facto, a sua escolha recaiu na canção mais forte do álbum, sendo o tema “Winterfall apresentado em duas versões (além do vídeo), incluindo, também, uma versão acústica do tema “Be Live” do mesmo disco.

Genuyn

Tendo editado um CD-EP, a expensas próprias, os Genuyn estão a tentar singrar por entre o meio musical e afirmar-se como proposta alternativa ao marasmo sonoro que quase sempre impera por este país fora. Fomos, por isso mesmo, falar com eles.

S. M.: Porquê o nome Genuyn? Sentis-vos genuínos?
G.: Encontrar um nome estava a revelar-se tarefa difícil. Queríamos ter um nome simples e apelativo e este serviu perfeitamente os nossos propósitos. O facto de ser escrito com um ípsilon (y), prendeu-se com questões visuais e estéticas, pois chama mais a atenção.
S. M.: Contem-nos um pouco da vossa história…
G.: Começamos a tocar há cerca de onze ou doze anos. Formamos, então, uma banda de versões, os Rupptura, onde tocávamos, basicamente, versões de Hard’n’Heavy. Isto fez-nos ganhar experiência, pois exigia-nos evolução a nível técnico, bem como coesão como grupo e complexificação sonora.
Depois, surgiram os Black Sapphyre. Aqui já tocávamos os nossos próprios originais, numa linha de Melodic/Power Metal. Chegamos a ter boa resposta a nível internacional, especialmente no Brasil, mas o desenvolver do projecto implicaria a nossa mudança para lá. Inclusive, na “Rock Brigade”, fomos comparados com o álbum “St. Anger” dos Metallica, onde eles diziam que o som típico desse álbum era nosso, enquanto os Metallica se tinham limitado a apresentar as versões demo do mesmo!
S. M.: Então porquê a mudança sonora? Foi consciente ou deveu-se ao acaso?
G.: Acima de tudo deveu-se à desistência de elementos da banda, nomeadamente do vocalista (que já vinha dos Rupptura). Os restantes elementos tomaram, então, a opção consciente de mudar de sonoridade. Houve uma mudança de nome e de estilo musical.
S. M.: Como banda, que expectativas vos oferece Guimarães?
G.: Até oferece boas, uma vez que é relativamente fácil arranjarmos concertos.
S. M.: Este CD é a afirmação do quê?
G.: Serve, principalmente, como uma demo, uma apresentação do nosso trabalho e da Genuyn Corporation. Tivemos contactos para editá-lo pela Ícone Discos, mas recusamos pois é apenas uma mostra do que nós fazemos actualmente.
S. M.: Como é que funciona a composição dos temas?
G.: Basicamente, há dois compositores principais. Costumamos, primeiro, compor a música e, só depois, as letras, que incidirão sobre temáticas pré-estabelecidas entre nós.
S. M.: As influências de outras bandas são importantes ou são apenas meras referências?
G.: Reconhecemos as nossas influências, que passam pelos Queen, Muse, Sistem Of A Dawn, Dream Theatre, …
P. G.: Que outros grupos ou artistas portugueses vos dizem algo?
G.: O Gonçalo Pereira, que tocou com o Paulo Gonzo.
P. G.: A música interfere nas vossas vidas pessoais e profissionais?
G.: Não interfere! Vem sempre em primeiro lugar!

Os interessados em os contactar, podem fazê-lo através do e-mail genuyn_info@hotmail.com ou pelo 965620676.

Genuyn - Random (CD, 5 trk., 29m), 2005 Genuyn Corporation (6,5/10)
Este primeiro trabalho, que serve como apresentação do som desta banda, mostra que, de facto, os Genuyn estão a tentar ocupar um espaço próprio dentro do panorama musical português.
Com uma sonoridade que equilibra o Rock com o Indie-Pop, notam-se, aqui e ali, alguns traços de caminhos mais “hard” percorridos anteriormente, ao mesmo tempo que uma certa atmosfera de sonoridades mais ligadas ao Grunge se insinua por entre as composições.
Apesar de ser o primeiro esforço desta banda, os temas apresentados já revelam bastante consistência, embora às vezes pareça haver uma certa hesitação nos caminhos a percorrer.
Contendo cinco faixas, uma delas sendo uma versão do clássico “My Way”, o destaque vai, sem sombra de dúvida para a pérola chamada “I Can’t”, uma canção na plena acepção do termo e que tem tudo para se tornar num tema de culto.
Resta agora esperar para ver o que um novo trabalho nos irá trazer.

Ataraxia

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Formados na segunda metade da década de 80, os Ataraxia foram percorrendo um longo caminho até à edição das primeiras demos, “Prophetia” e “Nosce Te Ipsum” (em 90 e 91, respectivamente), até que, em 94, editam os primeiros trabalhos em CD, “Ad Perpetuam Rei Memoriam” (que colige trabalhos anteriores) e “Simphonia Sine Nomine” (trabalho de originais).
Não sendo estreantes em Portugal, pois já actuaram em Lisboa e Leiria, é a primeira vez que vêm ao Norte, tendo pisado o palco da Casa das Artes de Famalicão. Juntamente com a webzine “Sons Ocultos” (SO), aproveitamos a ocasião para proceder a uma entrevista.

S. O.: Antes de mais, gostaríamos de agradecer aos elementos dos ATARAXIA a oportunidade de fazer esta entrevista. Foi um longo caminho, desde a primeira promo-tape até aos dias actuais, desde as tendências góticas ao cabaret noir. Existe uma evolução natural desde esses dias até agora?
A.: Sim, natural, mas não previsível. Nós temos diferentes paixões musicais (música clássica, barroca, medieval, cabaret e música ritual), e, portanto, houve algumas experiências interiores que nos levaram até a este projecto. Ainda durante este ano, temos dois projectos que são muito diferentes um do outro: o primeiro será ritual e ligado a antigos ritos pagãos, o outro a cabaret.
S. M.: Os Ataraxia usam muitos idiomas. Sentem que cada idioma está ligado a sentimentos que querem expressar? E, no seguimento da mesma pergunta, como vos soa o Português.
A.: Eu (Francesca) gosto muito da língua portuguesa e compreendo-a. Não sei dizer o porquê, pois nunca a estudei, mas soa-a me muito natural. É difícil de falar, mas acho-a muito musical. Esperamos poder cantar outra vez na vossa língua, pois é mesmo muito musical. Respondendo à primeira pergunta, sim, nós escolhemos o idioma dependendo da atmosfera do tema. Eu gosto muito do Francês, pois é uma língua muito romântica, embora também muito grotesca em alguns temas estilo cabaret. Começamos, também, a cantar em Italiano, o que tem sido bastante raro. Um dos próximos álbuns será quase todo cantado em Italiano, o que é bom. O Inglês é, também, uma linguagem muito musical. Temos, ainda, alguns temas em Espanhol e Latim. Nós apreciamos muito as nossas antigas raízes linguísticas, o Latim e o Grego.
S. O.: A primeira coisa que nos vem ao pensamento, quando dizemos o nome Ataraxia, é a palavra “medieval”. As pessoas tendem a misturar Ataraxia com música medieval. Está errado pensar assim ou, simplesmente, mantêm isso no pensamento e continuam em frente para outros estilos?
A.: Nós seremos sempre medievais no nosso coração! Aliás, nós começamos, há alguns anos atrás, com essa definição. Iremos trabalhar, outra vez, com música medieval, mas não gostamos de manter um rótulo, pois todos nós temos muitos gostos e muitas coisas para desenvolver e para fazer. Em Itália, por exemplo, no próximo Verão, iremos actuar em vários castelos e locais medievais, que são óptimos para esse estilo musical. Contudo, dentro de um teatro existem coisas mais naturais para se fazer.
S. M.: Vocês usam mitos como parte de uma metáfora que tentam transmitir às pessoas que ouvem a vossa música. Mas, serão eles apenas uma metáfora ou reflexos de uma redescoberta cultural dos possíveis significados desses mitos ancestrais? Há, por exemplo, a Atlântida, um mito que utilizaram muito bem…
A.: Tentamos sempre escrever as letras, e compor as músicas, a pensar nas experiências pessoais que tivemos. Portanto, e no caso do "Lost Atlantis" (álbum de 1999), houve um ano em que passamos as nossas férias na Turquia e na Grécia, tendo sentido profundamente essa presença, tipo memória ancestral. Não foi escrever ou tentar escrever sobre algo…
S. M.: O antigo significado com o novo sentido que queriam expor?
A.: Sim! Muitas coisas estão perdidas e os tempos modernos não são os tempos que preferimos, pois muitas coisas são superficiais, e, quando usamos tecnologia, sentimo-nos, por vezes, incomodados. É muito importante encontrar, novamente, uma relação com a Natureza. É por essa razão que, normalmente, falamos de rituais pagãos e de coisas que estão mortas, pois estabeleciam uma ligação muito íntima entre o ser humano e a Natureza
S. O.: No último trabalho, “Kremasta Nera”, parecem estar a voltar às vossas raízes musicais, ao mesmo tempo que tentam inovar através do recurso à tecnologia. Acham que conseguiram usar esses mesmos pensamentos e sentimentos através de toda essa tecnologia?
A.: Sim, e de uma forma natural, pois tudo o que é medieval, ou mais antigo ainda, pode ser traduzido com instrumentos actuais, até porque nós não vivemos nessa era. Embora sintamos que pertencemos a essa era, também pertencemos à actual. Nós gostamos de transformar os temas. As impressões, as sugestões que, talvez, as pessoas partilham com rituais antigos ou sentimentos, podem ser traduzidas para linguagem moderna.
S. M.: Vocês já estiveram cá em Portugal algumas vezes. Além disso, gravaram cá uma performance ao vivo, “Os Cavaleiros do Templo”. Portugal induziu-vos alguma forma de sentimentos importantes? Não somente pelos Templários, que têm uma vertente esotérica, mas, por tudo relacionado?
A.: A primeira vez que eu (Francesca) visitei Portugal, foi durante umas férias. Estive uma semana em Lisboa e, depois, voltei mais duas ou três vezes, pois fiquei completamente encantada e fascinada com o vosso país e pela sua atmosfera. Eu senti o silêncio dos claustros, a beleza das catedrais, o lado medieval do país. Depois comecei a conhecer, também, a "art deco" e a decadência. Fiquei encantada com a decadência de Lisboa e de outras cidades. Senti uma paz e um ritmo aprazíveis, coisa que não sinto em algumas cidades italianas, que são muito stressadas. Muitas pessoas que nós conhecemos em Portugal, não ouvintes, mas organizadores, dizem-nos: "Porquê Portugal? A Itália é melhor!" Existe algo que eles não gostam neste país, o para nós é incompreensível, pois adoramos Portugal. Encontramos aqui lugares, atmosferas e sentimentos incríveis!
S. O.: Já estiveram em Sintra?
A.: Sim, já estivemos duas vezes Sintra, mas também estivemos em Tomar, Alcobaça…
S. M.: Se chegassem ao “Top Ten” em Itália, como é que se sentiriam? (risos) Pergunto isto porque os This Mortal Coil já estiveram no “Top Ten” em Portugal, com o tema “Song To The Siren”, por isso…
A.: É impossível, mas... (risos) Não sabemos responder, mas depois de tantos anos a tocar e a criar música, penso que não teríamos uma reacção estranha, diferente da actual.
S. O.: Gostaríamos de vos agradecer por esta entrevista e esperamos que venham a Portugal frequentemente. Continuem o bom trabalho! Para terminar, gostaríamos de umas ultimas palavras para os nossos leitores…
A.: Últimas palavras? Que querem que digamos? Algo de bom, algo de mau?... (risos)
S. M.: Algo de verdadeiro… (risos)
A.: São frases banais e superficiais, mas gostaríamos de agradecer a todos em Portugal pelo vosso constante empenho, e estamos honrados pela vossa presença nos concertos de Ataraxia. Muito obrigado!

Quanto a contactos, são os seguintes:
http://www.ataraxia.net/
pando@misterweb.it
http://www.arkrecords.net/
http://www.sons-ocultos.inet.pt/

Ataraxia - Arcana Eco (Obscura I) (CD, 7 trk., 36m + Digibook), 2005 Ark Records (9/10)
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Este novo trabalho dos Ataraxia, constitui o primeiro volume da série “Obscura” que a editora, Ark Records, pretende lançar.
Para além da componente áudio, com quatro temas novos e três vestidos com novas roupagens, inclui um digibook com letras, fotos e uma descrição, em seis capítulos, do evoluir da carreira deles desde os primórdios até à actualidade. Trata-se, acima de tudo, de um mimo para os fãs, embora sirva de excelente cartão de visita para aqueles que ainda não estão familiarizados com a sua obra.
Para quem tem vindo a acompanhar a sua carreira, este trabalho não trará, propriamente, algo de totalmente novo. Contudo, a beleza inerente a cada composição, consegue fazer-nos suster a respiração até ao último minuto, mergulhados que estamos no receio de, ao o fazer, cometermos qualquer acto sacrílego.
Oscilando entre sonoridades neo-clássicas e medievas, por entre as quais se vão insinuando algumas mais tradicionais e telúricas, e onde, por vezes, ainda se notam alguns traços de gótico/wave que marcou os seus inícios, a voz única e perturbadora de Francesca Nicoli tece melodias de uma forma delicada mas firme, por vezes austera, mas sempre generosa na entrega.
As atmosferas criadas, alternam entre o épico, por vezes aproximando-se do operático, e o melancólico, sendo poderosas no seu equilíbrio delicado e catártico. O silêncio, constituindo parte integrante da musicalidade, entrelaça-se em cumplicidades com memórias de outros tempos, de outras vidas, ao mesmo tempo que reforça a comunhão com o sagrado, com ecos transformados em lamentos daquilo que foi mas se perdeu na névoa do tempo.
Um disco intemporal, a devorar com urgência!

Monday, May 08, 2006

Dicionário de Bandas de Guimarães

Para começar esta série de artigos, lembrámo-nos de elaborar um pequeno rol de bandas e projectos musicais que tiveram origem ou sede no Concelho de Guimarães. Os meus agradecimentos vão, desde já, para todas as pessoas que contribuíram com informações para esta pesquisa.
Esta lista peca por não ser completa, uma vez que a memória tende a atraiçoar-nos ou desconhecemos, pura e simplesmente, a existência de vários grupos que por cá tenham surgido. Por tal facto, pedimos desculpa aos que não virem aqui o seu nome e agradecemos, desde já, todas as informações ou registos que nos possam enviar, com vista a tornar esta listagem o mais completa possível.
Paralelamente, aproveitamos para dizer que estamos receptivos a maquetas, gravações promocionais, gravações de ensaios ou ao vivo, de todas as bandas que quiserem para aqui as enviar. A seu tempo, encontrarão o seu nome nestas páginas. Obrigado!

Alliallatas: Banda Pop assumida, com um som cristalino onde pontilhava uma guitarra braguesa, mas de tendências Indie. Embora, nos inícios, tivessem um som um pouco leve, foram-no desenvolvendo e tornando-o mais sério. Gravaram uma maqueta e contribuíram, com dois temas, para a compilação alemã "Breeze 4" (editada pela Viwit Label), tendo, ainda, entrado em estúdio para gravar outro tema para uma colectânea da Underground Records, mas que nunca chegou a ser editada. Há, também, um registo ao vivo. Foram uma das bandas participantes do terceiro Movimento Jovem (MJ).
Alma Picada: Projecto com sonoridade Pós-Punk vincada, com contornos góticos, actuou no mítico MJ I. Não conheço nenhum registo.
Amorak: Praticantes de Black Metal, têm duas maquetas gravadas.
Anomeos: Banda cujas referências se podem procurar nuns U2 dos inícios, bem como em bandas do eixo Manchester/Liverpool e no Pós-Punk, gravaram um ensaio e editaram uma maqueta apenas (cuja distribuição chegou à Alemanha, via Urban Records). Além de terem participado no primeiro MJ, foram a única banda de Guimarães a participar no concurso de Música Moderna Portuguesa organizado pelo já lendário Rock Rendez-Vous (RRV).
Ant: Projecto de sonoridade Lounge/Easy Listening, ganharam o Prémio Maquetas do jornal "Blitz" em 1998 e participaram no festival de Paredes de Coura de 1999.
Ar'Roto: Som nitidamente Pós-Punk, com algumas pinceladas góticas, abriram um dos primeiros, e dos mais marcantes, concertos rock de Guimarães, tocando na primeira parte dos Xutos & Pontapés. Não conheço nenhum registo.
At Twilight: Som denso, obscuro e claustrofóbico, próximo do Gótico dos inícios dos anos 80. Não gravaram nenhum registo.
Banda de Café: Sonoridade que segue a senda de uns Rage Against the Machine. Não tenho conhecimento de qualquer registo.
Barca Do inferno: Unindo um Pop/Rock de excelente veia com sonoridades tradicionais e, por vezes, algum neo-classicismo e neo-medievalismo, editaram, pelo menos, uma maqueta e contribuíram com um tema para a compilação "High Radiation" (da Independent Records), havendo, ainda, um registo ao vivo. Participaram, também, na terceira edição do MJ.
Bergen-Belsen: Som denso e obscuro, de veia Pós-Punk e com algumas dissonâncias Noise. Têm, pelo menos, um tema editado na compilação "Garagem" (editada pela Garagem).
Bino Show & Os Rockers Celestiais: Grupo de Rock'n'Roll e Blues. Não lhes conheço nenhum registo.
Bionic Cells: Projecto na linha do Trance. Não conheço qualquer registo.
Os Bispos: Sonoridade de cariz Pós-Punk. Não conheço nenhum registo.
Black Saphir: Na linha do Power-Metal, têm gravada uma maqueta.
Blasting Oil: Sonoridade pós-Nirvana muito vincada mas que procurava seguir um caminho próprio. Não conheço nenhum registo.
Blindfold: Sonoridade na linha do Nu-Metal. Têm, pelo menos, uma demo gravada.
Bloody Tears: Praticantes de Melodic Black-Metal, têm gravado um CD-single.
Blue Orange Juice: Fortemente influenciados pelos Sonic Youth e Pavement, no início, começaram, depois, a trilhar caminhos mais próprios. Participaram, pelo menos, em duas compilações ("Garagem" e "Noise Sessions", ambas editadas pela Garagem), além de terem editado um 7'' EP e uma cassete promo para as rádios (ambas edições também a cargo da Garagem).
Bordel Corrosivo: Praticando um som que eles definiam como sendo «Arcaico-Industrial», estavam, na verdade, mais próximos, isso sim, do Gótico da primeira metade dos anos 80. Chegaram a gravar um tema de um ensaio.
Cabaret Dell'Arte: Centrando-se no Pós-Punk, a sonoridade percorria, também, ambientes mais intimistas. Não conheço nenhum registo.
Carpe Diem: Praticavam uma sonoridade Pop/Rock, com elementos de electrónica influenciados pelos Soft Cell. Não conheço nenhum registo.
Cio Soon: A sonoridade desta banda unia matrizes electrónicas com guitarras distorcidas. Além algumas demos e de temas em várias compilações ("Garagem" e "Noise Sessions"), chegaram a gravar um CD-single para a Independent Records.
Clockwork: Com elementos de Guimarães e da Póvoa de Varzim, esta banda começou por ter uma sonoridade mais ligada ao Noise-Pop para, depois, evoluírem para um som mais psicadélico, às vezes muito próximo dos Spacemen 3. Participaram em várias compilações (pelo menos na "Garagem" e "Cais do Rock" - esta última editada pela pela LowFly Records), além de terem editado um 7'' (também pela LowFly), dois CD's (em edição de autor) e uma cassete de raridades (pela Chrome Yellow).
Complexus Narcisus: Projecto eminentemente acústico, com proximidades sonoras aos Madredeus ou Frei Fado d'El Rei, tinham, também, algumas influências de Música Tradicional Portuguesa e Irlandesa. Nunca editaram.
Con'Sumo: Embora fossem um grupo maioritariamente centrado em tocar versões, parece que, também, tinham alguns originais de cariz Pop/Rock. Não conheço nenhum registo.
Daemogorgan: praticantes de uma sonoridade Black-Metal purista, têm, pelo menos, uma demo gravada.
Da Firma: Projecto de Hip-Hop. Não conheço nenhum registo.
Dalila Noire: Projecto muito influenciado pelo som dito 4AD, também tinham alguns traços de Dark Folk. Nunca editaram.
Dark Funeral: Praticavam uma sonoridade Black/Death Metal, embora ainda muito embrionária. Mais tarde alteraram o nome. Não lhes conheço qualquer registo.
The Darkness: Projecto que praticava um Rock de forte veia gótica. Não conheço nenhum registo deles.
Death By Drowning: Super-grupo constituído por músicos de várias bandas vimaranenses, apenas tocavam versões de clássicos de pop e rock dos 80's e 90's, não tendo gravado nenhum registo.
The Death Of Me: Projecto acústico na linha do Dark Folk. Não editaram nenhuma maqueta mas há algumas gravações de ensaios.
Defuntos: Mais um projecto com sonoridade Pós-Punk marcada, também foi participante do primeiro MJ. Desconheço qualquer registo.
Delta Works: Praticantes de uma sonoridade entre os Radiohead e os Sigur Rós, ainda não gravaram nenhum registo.
Demófilos: Sonoridade entre o Indie-Pop e o Pós-Punk. Há notícias de terem gravado uma maqueta.
Ego Mysterium: Projecto cuja sonoridade se influenciava no chamado som 4AD. Chegaram a gravar um ensaio.
Eu: Banda de Indie-Pop com forte veia Rock, por vezes com rasgos pós-Grunge. Têm editado um CD-single (via Bigfoot Records).
Ex-Nós: Projecto de cariz Punk agressivo. Nunca gravaram.
Flood: Grupo muito influenciado pelo som de Seattle/Grunge, editaram, pelo menos, uma maqueta.
As Flores da Náusea: Percorriam caminhos entre o Pós-Punk e o Gótico. Editaram uma maqueta e foram incluídos na compilação "T Secret Sessions", editada pelo fanzine Peresgotika. Há, também, um registo ao vivo e um ensaio gravados.
Fora de Mão: Banda de Rock'n'Roll, não tem nenhum registo gravado.
Fragmentos: Grupo Pop, com influências Rock e traços Indie, que chegou a ter bastante sucesso local em meados da década de 90. Se não estou em erro, gravaram três cd's.
Frozen Cruelty: Banda de Black-Metal, têm alguns temas ao vivo registados.
Genuyn: Banda praticante de um Pop/Rock de cariz Indie, com algumas pinceladas Grunge. Têm gravado um CD-single, editado a expensas próprias.
Gnomen: Projecto que funde Música tradicional com algum Jazz. Têm uma demo gravada.
God Skin: Vindos das cinzas do Grunge, aproximaram-se bastante do som dos Therapy?. Participaram com um tema na compilação "Garagem".
Gods' Last Wish: Na linha de um Gótico e Wave muito obscuros e densos, tinham uma sonoridade muito hermética e claustrofóbica. Editaram apenas uma maqueta, havendo, também, excertos de um concerto.
Gothicum Repherae: Sonoridade Pós-Punk, com algumas piscadelas ao Rock Gótico, é mais um dos projectos que participou no primeiro MJ. Desconheço qualquer registo.
Insanidade Divina: Fase embrionária dos Demófilos, praticando uma sonoridade mais incipiente. Não conheço nenhum registo.
In Vein: Projecto de Heavy Metal tradicional, com alguns traços de Thrash. Ainda não gravaram nenhum registo.
Joana Dark: Por entre o Pós-Punk, o Gótico e o Noise, tinham um som denso e enérgico, mas sempre de negro tingido. Uma gravação ao vivo e temas de ensaios são os únicos registos existentes.
Kali Ashti: Fundindo electrónicas ora ambientais, ora na linha da Electronic Body Music (EBM), com duas guitarras melódicas que se complementarizam, e utilizando, também, a guitarra portuguesa, criam uma sonoridade única no panorama Gótico/Wave. Rezam as crónicas que estará para breve a gravação de um primeiro trabalho.
Kamikaze: Com uma sonoridade entre o Punk e o Pós-Punk, há notícias de uma gravação, mas desconheço-a.
Kormoss: Banda que praticava um Black-Metal da melhor cepa, gravaram, pelo menos, três demos e um registo ao vivo.
Let The Jam Roll: Banda que funde o Rock com elementos de cariz jazzístico. Têm, pelo menos, uma demo.
Locus Horrendus: Grupo com uma sonoridade na veia do Black-Metal. Não conheço nenhum registo
L. S. D. (Louvado Seja Deus): Projecto que praticava um Punk primário. Nunca gravaram.
Mantra: Segundo as informações que nos chegaram, são praticantes de uma sonoridade de cariz Funk/Rock. Não conheço nenhum registo.
Mata Qu'é Bicho: Misturando sonoridades na linha dos The Cure com outras próximas dos Iron Maiden, participaram no segundo MJ. Não conheço nenhum registo deles.
Merdicidas: Banda nitidamente influenciada pelos Peste & Sida e Xutos & Pontapés, actuaram no segundo MJ. Não conheço registos por eles gravados.
Milkmen: Sonoridades Pós-Grunge, com algumas características Low-Fi, editaram uma maqueta.
Mittagessen Sturm: Projecto com uma sonoridade Industrial da velha guarda, com uma forte veia experimentalista. Não conheço nenhum registo.
Moribundos: Rockabilly na linha de uns The Cramps, mas com algo de Psychobilly à mistura. Também foram participantes do primeiro MJ. Não tenho conhecimento de qualquer registo.
Mr. Roype & Seus Drunfes: Praticavam uma sonoridade Punk da velha escola. Não chegaram a gravar registos.
Neo-Symphonyx: Projecto de fusão entre a música Clássica (mormente Mozart ou Strauss) e o Rock. Têm, pelo menos, uma demo gravada.
Nightmyheaven: Praticantes de um Metal melódico, têm já gravado, embora a expensas próprias, um CD-single.
Nox Obscura: Banda de Black Metal. Não conheço nenhum registo.
Numb Skull: Situados entre o Grunge e o Nu-Metal, esta banda já tem duas demos gravadas.
Oktober Black: Projecto electro-acústico (no sentido em que usa os dois tipos de instrumentos), apresenta uma sonoridade próxima do Dark Folk, com algum experimentalismo, recorrendo também à Música Tradicional, ao Industrial e ao Pop Etéreo/Wave. Conta com duas demos editadas (a segunda delas destinada, principalmente, à divulgação internacional), bem como com dois temas na compilação "The Nemeth" (pela Reaping Horde).
Opius: Banda que praticava um Pop/Rock com um certo carácter interventivo. Desconheço qualquer gravação.
Outubro Negro: Projecto predominantemente acústico, com uma sonoridade entre o som dito 4AD, os Madredeus e o Dark Folk. Não editaram qualquer maqueta, mas há algumas gravações de ensaios.
Phast & Source: Projecto de um Drum & Bass agressivo, editou um CD promo.
Phast Mike: Outro nome para o projecto antes referido. Drum & Bass agressivo mas com algumas reminiscências de EBM, editou, pelo menos, um 10'' (pela Garagem).
Projecto Anónimo: Banda praticante de uma sonoridade que descendia, directamente, do Rock Progressivo/Sinfónico. Nunca chegaram a gravar.
Queputadebanda: Sonoridade entre o Grunge e o Nu-Metal, mas com a presença de electrónicas. Não tenho conhecimento de qualquer registo.
Quid Juris: Sonoridade que se poderia caracterizar como Indie-Pop. Desconheço qualquer registo.
Quid Novis: Com uma sonoridade Pop/Rock, participaram no segundo MJ. Desconheço qualquer registo.
Ratos Negros: Sonoridade embrionária e incipiente dos futuros Gothicum Repherae.
Restos Mortais de Isabel: Gótico depressivo e metronómico, com um som de baixo poderoso, participaram no segundo MJ. Gravaram duas maquetas, uma das quais teve edição na Alemanha, via Urban Records.
Ritual Profano: Com um som minimalista, inspirado no Pós-Punk, participaram no segundo MJ. Só lhes conheço uma gravação vídeo da sua actuação no referido evento.
Rock Poets: Praticam uma sonoridade entre o Rock e o Punk, tendo no activo a gravação de um CD-promo.
Rupptura: Banda essencialmente dedicada a versões de clássicos de Hard Rock e Heavy Metal. Não conheço nenhum registo.
Samantha: Banda de Thrash-Metal, não chegaram a gravar demos.
Scurf: com uma sonoridade Grunge, gravaram uma maqueta.
Seelen Mess: Banda que sucedeu aos Winter Cry, seguindo a linha do Black/Doom/Death Metal.
Sem Nome: Entre o Rock Alternativo americano e o Noise, com algum Punk à mistura, nunca chegaram a gravar registos.
Seraphitos: Banda de Melodic Black Metal, têm um ensaio gravado.
Ser Luso: Projecto que aliava a estética de um David Sylvian ao intimismo dos Felt, passando pela frescura dos The Go-Betweens e pelas ambiencias do som dito 4AD. Nunca gravaram.
Shattered Dreams: Banda de Gothic-Metal, gravaram apenas alguns ensaios.
Snuffle: Sonoridade na linha de uns Deftones, gravaram uma demo.
Spiral Rain Dance: Sonoridade Pós-Punk bastante melódica e extremamente nostálgica. Não gravaram nenhum registo.
Square: Banda de Power-Thrash, gravaram uma demo.
Stuprum Dei: Praticam uma sonoridade entre o Death e o Black Metal. Não tenho conhecimento de qualquer registo.
Subcultura: Sonoridade Pós-Grunge vincada mas evoluindo para além desses limites. Participaram com dois temas na compilação "1º Festival de Música Komplexus" (editada pela organização), não lhes conhecendo outro qualquer registo.
Subúrbios: Mais um projecto com sonoridade Pós-Punk, teve a peculiaridade de ser a banda com os elementos mais novos de Guimarães. Gravaram uma maqueta e actuaram no segundo MJ, havendo, também, um registo ao vivo.
The SymphOnyx: A sua sonoridade compreende elementos que vão desde o Gótico ao Rock Sinfónico, passando por um Heavy Metal mais tradicional, ao qual se juntam elementos orquestrais de cariz clássico. Têm editados, a expensas próprias, dois CD's-EP's e um CD-single e um álbum (estes pela Ethereal)
Tenebre & Delirio: Projecto que assentava na utilização de baixo distorcido, voz e caixa de ritmos/bateria, produzindo uma sonoridade negra mas rica de texturas, editou uma demo e teve um tema incluído na compilação "T Secret Sessions". Um ensaio e um concerto ao vivo também circulam por aí.
This Art: Banda de Black-Metal. Não conheço nenhum registo.
Träume: Projecto dividido entre Leiria e Guimarães, possuem uma sonoridade situada algures entre o Dark Folk, o Neo-Clássico e o Industrial/Experimental, criando paisagens apocalípticas e desoladas. Têm editado um CD promo e uma demo.
Uoquesomtem: Banda maioritariamente de versões, têm, que eu saiba, um original, sendo este de uma sonoridade melancólica e delicada. Não conheço nenhum registo.
Uzi: Inicialmente com uma sonoridade Pop/Rock um pouco mainstream, evoluíram para um som mais sofisticado e cuidado. Além de duas maquetas gravadas, há a registar a inclusão de dois temas na compilação "1º Festival de Música Komplexus" e uma gravação ao vivo.
Vampiros Sangrentos: Sonoridade Punk da velha escola, mas bastante primária. Não conheço nenhum registo.
Vício Oculto: Som enraizado no Pós-Punk, com algum experimentalismo e recurso a percussões industriais. Não conheço nenhum registo.
Virtuais: Abraçavam um Pop/Rock que, por vezes, nos fazia lembrar as sonoridades das bandas que participavam no saudoso RRV. Que eu saiba, têm, apenas, um tema editado na compilação "Rock In Bracara" (editada pela R. U. M.).
Wanted: Banda de Thrash Metal, gravaram uma demo.
Winter Cry: Mais um projecto de Black/Doom/Death Metal. Têm gravada uma demo.

P. S.: Pedimos desculpas às bandas aqui presentes pelos termos em que descrevemos a sua sonoridade, mas o objectivo é dar uma ideia do tipo de som que possuem, por forma a dar a conhece-las aos seus conterrâneos e, por tal, termos ou referências generalistas são os mais fáceis de empregar para as descrever. Claro que agradecemos as necessárias correcções.